quinta-feira, 16 de julho de 2009

EU SOU AQUELA SEM DONO



Eu sou aquela sem dono.
Sem explicação, nem lógica.
O reflexo no espelho.
A foto perdida.
Uma língua esquecida.
Um livro sem capa.
Quadro sem moldura.
Uma flor selvagem.
Aquela.
Sou a página errada.
A esquina virada.
A palavra não dita.
Sou teu veneno.
A mentira na tua boca.
O beijo de amor.
O gosto na língua.
O corpo suado.
Um gemido de dor.
A rosa do vento.
Sou reflexo do luar.
Seu lado obscuro.
Sou aquela.
A que não existe.
O semblante triste.
O olho a chorar.
Mas sou aquela, que apesar de tudo...
Ainda insiste em sonhar.

Adriana Junco Alves

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